25 de agosto de 2010

20 ANOS DE APA: PROTEÇÃO OU DEGRADAÇÃO AMBIENTAL?

Daqui a três meses Algodoal/Maiandeua vai completar 20 anos de existência enquanto área protegida pelo Estado. Em que pese existir há quase duas décadas a APA ainda está em fase de implantação.

Dez anos após a criação da APA, com a publicação da excelente obra "O Desencanto da Princesa", a pesquisadora Helena Doris de Almeida identificava quatro fases de desenvolvimento da ilha.

Década de 20: ocupação por pescadores artesanais oriundos de localidades próximas; década de 70: presença de pessoas identificadas com um estilo alternativo de vida; década de 80: projeção pela mídia como uma das mais belas praias do Brasil; década de 90: torna-se objeto de interesse de pesquisadores e passa a ser tutelada pelo Estado enquanto Área de Proteção Ambiental. É nessa fase que o turismo se intensifica na ilha.


A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA/PA) divulgou nos últimos dias a logomarca da Área de Proteção Ambiental, escolhida através de um concurso realizado entre estudantes das escolas existentes nas quatro vilas da ilha de Algodoal. A logo ficou muito bonita. Os idealizadores do concurso estão de parabéns, bem como os estudantes selecionados.

Passados 20 anos, que balanço é possível fazer desse esforço de proteção de Algodoal/Maiandeua frente aos objetivos originalmente propostos? A ilha foi efetivamente protegida ou teve agravado o processo de degradação ambiental e social? Os que amamos a ilha temos motivos para comemorar?

Quanto tempo ainda teremos que nos lembrar, citando Carlos Drummond de Andrade, que "A ilha é, afinal de contas, o refúgio último da liberdade, que em toda a parte se busca destruir"?

23 de agosto de 2010

ALTER DO CHÃO E ALGODOAL: DOIS PEDACINHOS DO PARAISO

Alter do Chão, em Santarém, e Algodoal, em Maracanã, são para mim dois pedacinhos do paraíso.

Distante 33 quilômetros de Santarém, Alter do Chão, antiga aldeia dos índios Borari, conhecida também como o "Caribe Amazônico", foi tornada Área de Proteção Ambiental em 2003.

Alter do Chão, outubro de 2009, vendo-se ao fundo o lago Muiraquitã

No ano passado, o jornal londrino "The Guardian" disse para o mundo que ela é a praia mais bonita do Brasil.

Em outubro passado estive por lá e pude observar plaquetas educativas afixadas nos cajueiros, obra dos alunos da Escola Indígena Borari.

Outras placas que vi (mas não fotografei) estavam na praça da vila, dizendo que ali era probido fazer barulho. Lá, ao que parece, a educação ambiental saiu da sala de aula e foi para as ruas e praças, posto que ela é tarefa de todos os que amam aquele lugar paradisíaco.

22 de agosto de 2010

TRAGA O SEU LIXO DE VOLTA!

Uma enquete realizada pelo Blog Direto de Algodoal revelou que o maior problema da bela Ilha de Maiandeua nos dias atuais são os chamados resíduos sólidos.

Além do lixo, com 57% das opiniões, os participantes da sondagem também fizeram referência, em menor escala, ao uso de drogas, com 17%, ao tráfico de drogas, com 17%, bem como a violência, também com 17%.

A opinião geral é que os visitantes são os principais responsáveis pela produção do lixo. A participação dos empreendedores, que foi acentuada a partir de 2005 com a chegada da energia elétrica, também é apontada como outro fator importante.

Algodoal, porto da vila, 15 de agosto de 2010


Outa grande questão é o destino desse resíduo. Em agosto ainda era possível ver próximo ao trapiche da vila parte do lixo produzido em julho, aguardando para ser transportado para Maracanã.

Há uma visão equivocada que acha que o lixo é problema do poder público. E que basta cobrar uma solução do governo municipal ou estadual. Não é, não. É resposabilidade de todos que amamos a Ilha.

A situação do lixo na ilha parece se agravar, é verdade, mas, felizmente, há iniciativas importantes.